Nessas poucas semanas, a gente até pode ter ido rápido demais, ao invés de ter se descoberto aos poucos, mais lento ainda (o que provavelmente, se assim fosse, já teria me feito cair fora..), aceleramos sem querer uma porção de passos e coisas, e não sei até que ponto tal intensidade é boa, ou má. Porém, não pense que eu estou totalmente na sua mão. Por nem um segundo, acredite que já me têm, e sabe me domar, me dosar. Não. Há uma porção de verdades sobre mim que você nem sonha, e virão à cena... cedo, tarde, ou nunca. Aqui. Nesses relacionamentos sem nome, não sabemos por que curso tudo caminha, e eu espero que pelo menos eu tenha a generosa oportunidade de te deixar descobrir todos esses caminhos. As pistas, algumas já estão postas, à espera. Não passa pela sua cabeça a coleção de esmaltes excêntricos que tenho.Você passou uma tarde comigo mais nem imaginava que eu estava ali anestesiada, não sabendo se tudo aquilo era mentira, verdade, ou sonho. Que eu acordo quase a tarde e costumo dormir várias vezes no dia. E que sempre fico acordada até de madrugada. Você disse que meu cabelo estava lindo e que gostava de me ver, mais nem imaginava a dificuldade que é pra sair de casa. Que sempre fico em dúvida de qual roupa vestir e desarrumo o armário inteiro. Sabe que eu escuto forró, mais desconheci minha paixão por Cazuza, Ana Carolina. O meu lado sensível que ama Chico Buarque, e se encanta pelas letras, tão poéticamente articuladas e tocáveis. Que eu prefiro as músicas que exaltam as mulheres e as tratam como verdadeiras deusas. E que, secretamente, escuto às vezes uma unica música “brega” que roda aqui no modo aleatório, com vergonha de mim mesma. Não sabe que eu detesto calor e se pudesse não sairia no sol. Não tem conhecimento que eu já coloquei um cigarro na boca, mas nunca tive uma época de adolescente rebelde. Que já passei por alguns porres, nunca tive os pais chamados no colégio, e, apesar de muito planejar, nunca fugiu de casa. E que opa, quem começou isso tudo, do primeiro passo à coragem de ver você de perto, fui eu. Corajosa, essa menina! Hahaha. Vê minha covinha no queixo, mas não nota que mais abaixo á um pequeno corte, de quando caí brincando de correr na rua. E olha, quando não nos falamos, sinto sua falta. Te ver ali, e não saber o que se passa, algumas vezes me dói, e sensível que sou, já chorei na dúvida. Prefiro tudo ao vivo, em cores, do que essa virtualidade toda. Depois de provar o maravilhoso, quem se acostuma com o mais ou menos? Vê meu romantismo em cada pequeno detalhe, e não enxerga toda a minha insegurança, o meu maior anseio: que tudo vá, tão logo chegou. E sabe que eu escrevo bem, que esse talvez seja meu dom, e que nos dias presentes, você é alvo e assunto - mas bom, tudo do bem, não se preocupe.
Devem haver ainda tantas coisas que não sabemos um do outro, mas fico pensando em quando isso tudo será revelado. Sim, minha mania de olhar pro futuro, de ser ansiosa e ver, sonhar. A isso você também não foi apresentado ainda. Não se assuste, por favor. Sou ainda real, gosto das minhas mulherzices, e tenho meu lado romântico. É que com falhas, abertas e expostas, nos acolhemos e encontramos realidade, onde tudo parece tão vago e surrealista. Mas, prazer, essa é um pouco de mim.
Escrito por CAMILA PAIER.
Retirado do Blog Calmila.
Texto postado e modificado por: CarinaMoraes'.
